segunda-feira, 14 de setembro de 2020

sobre sobras e caridades

 


sobre sobras e caridades

doar a matéria que sobra
é caridade material...
é difícil.

doar a matéria que não sobra 
é caridade material...
é mais difícil.

doar o imaterial (intangível),
que sobra e não sobra,
é caridade moral...
é mais que difícil.

o que é intangível?
sê amável 
sê volátil 
sê razoável 
sê pulsátil
sê falível 
sê tátil 
sê transformável
sê fértil 
sê maleável 
sê dócil
sê inofensível
sê sutil
sê inofendível
sê gentil
sê rebaixável
sê dúctil 
sê mutável
sê vibrátil
sê afável 
sê...

fotografia: vire à esquerda entre Uberaba e Conceição das Alagoas e ali encontrará o rio Grande e o céu de três cores

domingo, 6 de setembro de 2020

regras para interpretação dos sonhos indicadas por Freud

 

No livro de SIGMUND FREUD – Obras Completas Volume 13 – Conferências Introdutórias à Psicanálise (1916 – 1917) – Tradução Sergio Tellaroli – Companhia das Letras (2014), temos na página 152:

“1) Não devemos nos preocupar com o que o sonho parece dizer, seja isso algo compreensível ou absurdo, claro ou confuso, porque de maneira nenhuma esse é o material inconsciente que buscamos (uma restrição plausível a essa regra se nos imporá mais adiante); 2) nosso trabalho deve se concentrar em despertar as ideias substitutivas para cada elemento; não devemos refletir a respeito delas nem examiná-las à procura de um conteúdo adequado; o quanto elas se afastam do elemento do sonho não deve ser motivo de preocupação; 3) aguardemos até que o inconsciente oculto e procurado apareça por si só, exatamente como a palavra Mônaco no experimento que apresentei.”

 

Prosseguindo na leitura do livro, logo em seguida Freud faz uma analogia simples com uma criança que com os punhos fechados tenta ocultar algo, expondo que se a criança não quer mostrar o que tem escondido nas mãos, é possível concluir que se trata de algo impróprio.


Nota-se que o objeto impróprio escondido conscientemente pela criança é como se fosse o fato inconsciente escondido pelo(s) elemento(s) do(s) sonho(s). Diante disto, é perceptível que a primeira regra nos alerta para necessidade não nos preocuparmos com a aparência do sonho (compreensível ou absurdo, claro ou confuso), posto que dessa primeira aparência é possível extrair conteúdos ocultos por intermédio da associação livre e trazer para o sonhador (e/ou analisando) informações que até então estavam no inconsciente.

 

Freud demonstra que resistências aparecerão e nos convida a pensarmos em uma análise de um sonho nosso para observamos que diante da tentativa de analisar cada elemento do sonho por associação livre (podemos pensar nos primeiros nomes, números, fatos que veem à cabeça) apresentaremos resistência por entender que determinados pensamentos são absurdos, inapropriados, e, ato contínuo, podemos excluir tais hipóteses (associações livres), ou interromper o processo de análise do sonho.

 

A referida observação sobre as resistências é importante para que o analista tenha conhecimento que no exercício da psicanálise, mesmo solicitando ao analisando que mencione o que vier na mente sem “filtrar” os pensamentos, sofrerá resistências no processo. Freud ressalta que os casos terão mais ou menos resistências, mas aqui é oportuno relembrarmos do exemplo da criança para concluir que os objetos ocultos (escondidos) com resistência, após superados os obstáculos que “escondiam” tais objetos, podem revelar ao final conteúdos importantes (inconscientes).

terça-feira, 1 de setembro de 2020

renascer

 




renascer


é no frio que procuramos acalento
é na derradeira aspereza da dor
que buscamos alento

nascer é início,
cada um no seu ritmo
alguns com nove meses,
outros mais cedo

existe dor no nascer
e depois alegria,
existe dor no renascer
e depois alegria

renascer é reinício
no seu tempo,
não é rápido nem lento
é cada um no seu tempo

é no sofrer
que brota a semente do porvir,
é no sentir
que se aprende a reviver
para renascer

repito,
é cada um no seu tempo
insisto a qualquer tempo
nunca é perda de tempo

chore para fora
que o coração vai sorrir
sorrindo... o coração vai sentir
que há vida por vir
aqui dentro e lá fora

no seu tempo nasceu,
no seu tempo renascerá

termina sem ponto
o poema sem ponto
porque a vida não precisa ter ponto,
mas algumas vírgulas
e, no fim, reticências com pontos...

- escrito pra quem não está bem, mas pode ficar bem. respire... os sofrimentos passageiros e "não passageiros" podem ser compreendidos evitando decisões que criam eternas eternidades. peça ajuda. procure acompanhamento psicológico profissional. não precisa ter vergonha de ir ao consultório, mas se sentir não tem problema... comece online. se não quer mostrar o rosto, faça por áudio ou texto. o telefone 188 da CVV (Centro de Valorização da Vida) funciona 24 horas. melhoras!

#setembroamarelo