domingo, 1 de setembro de 2019

Demita (ou não) seu coach e seja feliz



 
Na foto o melhor piloto (não avalio apenas a técnica/habilidade de pilotar) que já existiu na fórmula 1, Nico Rosberg. (na minha opinião)

Campeão em 2016 do campeonato mundial de fórmula 1, optou por aposentar aos 31 anos de idade. Nico abandonou um contrato já fixado para o ano seguinte de US$15.5 milhões de dólares. Nico possuía, naquela oportunidade, uma fortuna estimada em US$70 milhões. E, na entrevista de despedida, disse:

"É claro que o impacto atinge a todos que eu amo – foi um sacrifício familiar, colocando tudo atrás de meu objetivo. Não posso encontrar palavras para agradecer a minha esposa Vivian, ela é incrível. Ela foi capaz de me entender e ainda criou espaço para que pudesse me recuperar entre as corridas, cuidando de nossa filha todas as noites quando as coisas estavam duras.
(...)
Agora, vou apenas aproveitar o momento. Refletir sobre essa temporada e aproveitar novas experiências. Depois disso, vou virar a próxima curva da minha vida e ver o que o destino me aguarda”.

Enfim, Nico aposentou no auge, depois de competir por mais de 25 anos, sofrer "pressão interna" pela simples presença do pai,  Keke Rosberg (ex-campeão de F1), superar Lewis Hamilton (que é infinitamente melhor), sacrificar o convívio familiar por um objetivo. Deu certo, mas poderia não dar certo, pois o RESULTADO NÃO DEPENDIA APENAS DELE: Lewis é melhor tecnicamente, existe engenheiros e técnicos envolvidos na preparação do carro, etc... etc...

Michael Schumacher é o piloto que mais ganhou dinheiro na fórmula 1, estimava-se que sua fortuna estava quantificada em U$800 milhões.

Michael hoje está em uma cama, e dizem que já gastou mais que a fortuna de Nico Rosberg em tratamentos, para continuar vivo (em recuperação?).

Nunca vi Schumacher tão feliz quanto Nico nesta foto.

Tomamos decisões diariamente, mas nem tudo depende de nós. Há fatores externos imprevisíveis, como o acidente de Michael Schumacher, que o impede de desfrutar tudo aquilo que conquistou. Hoje, são só lembranças de suas corridas e o legado no automobilismo.

Há também uma pressão social intensa por sucesso e conquista de bens materiais... é difícil nadar contra a corrente, Nico nadou... sem se precoupar com o que o destino lhe reserva... sofreu críticas, mas está em paz, feliz, e isso é o que importa.

Nunca fiz coach, mas há uma coisa que me desagrada nestes treinamentos (posso estar enganado, pois nunca fiz, mas é minha percepção): cursos de coaching nos incentivam a ser a melhor versão de nós mesmos.

O mantra é: "SEJA A MELHOR VERSÃO DE VOCÊ".

O problema é o perigo deste "mindset". É como no instagram, somos a melhor versão de nós mesmos no instagram (não vejo fotos de pessoas chorando, não vejo brigas em relacionamento, não vejo xingamentos aleatórios, não há fracassos, etc...).

A vida não foi feita apenas para alegrias, mas dor e sofrimento também são necessários para o crescimento pessoal e profissional. E, minha preocupação com COACHING é que pessoas estão carregando uma carga individual expressiva de responsabilidade pelos resultados de sua vida. Fracassos estão deixando de ser fracasso, para tornarem-se resultados e estratégias são elaboradas para mudar resultados.

É perigoso descontruir sentimentos, alegrias e tristezas.

Não demita seu COACH, como tudo na vida, há profissionais bons e ruins... (assim como na advocacia, por exemplo) mas avalie se você precisa de um psicólogo, uma nutricionista, uma religião, praticar um esporte, psiquiatra, dentre outros... ou de um COACH.

O que quero dizer é que a escolha do profissional errado ou a tomada de decisões, sem considerar a probabilidade de fatores externos que impeçam de alcançar seu resultado, pode ser um salto para o precipício.

Demitindo ou não seu COACH, seja feliz como Nico é hoje ou como Michael Schumacher foi um dia (ou talvez ainda seja, mesmo na cama utilizando sua fortuna para se manter vivo - que fique bem claro que não há ironia, também não estou sendo cínico como Diógenes de Sínope).

Um abraço fraterno,

Daniel